Do céu ao inferno, Flamengo rumo a mais uma crise
- Heverton
- 9 de mai.
- 5 min de leitura

O Flamengo vive desde abril de 2025 um de seus piores momentos na era Filipe Luís. Podemos dizer que, o alerta vermelho já foi ligado após o empate contra o Central Córdoba, colocando a equipe com a corda no pescoço para se manter na Libertadores, mas para entender uma crise que se aproxima, listo algumas situações observadas de uns tempos para cá:
Gestão BAP

Sobre a promessa de levar o Flamengo de volta aos tempos áureos, Luiz Eduardo Baptista assumiu oficialmente o CRF a partir do primeiro dia do ano de 2025. Realizou importantes reformulações na mídia do clube e financeiramente, mas decepcionou em alguns pontos. Trazendo José Boto, renomado diretor de futebol do Benfica, era esperado algo diferente dos enigmas ridículos do Marcos Braz, o que se mostrou até agora foram apostas duvidosas.
Erros do Boto:
Juninho não consegue ser unânime na torcida por vir do Azerbaijão e não caiu nas graças carregando duas responsabilidades: ser reserva do Pedro e cobrir o vazio do Gabigol, tendo como consequência um festival de erros em campo. Pouco agradou, pode surpreender mais pra frente pegando confiança, mas o que mostra em campo é uma decepção;
Nomes aleatórios no ar... Houve até mesmo especulações sobre a temida volta de Andreas Pereira e agora vemos a novela João Félix, curiosamente, uma negociação que supostamente começou em abril e que "vazou" após a derrota para o Cruzeiro. A novela encerrou com Félix encerrando as negociações;
Contratação do Danilo que já não vem de boa fase da seleção e acumula visitas ao departamento médico;
Pouca atenção à base... O que se observa são os times sub-17 e sub-20 acumulando vexames, especialmente derrotas para o Vasco, e os jogadores na profissional, sendo poucos utilizados e queimados na torcida.
Acertos até aqui:
Saída surpresa de Carlos Alcatraz ao Everton, de fato, uma contratação com um valor bem fora do normal e era preciso repor o valor absurdo aos cofres, porém... Alcatraz saiu com um contrato bem confuso de metas, ainda não alcançadas e uma justificativa não muito convincente, qual seria o estilo de jogo do Filipe Luís?
Voltando ao caso BAP, a gestão ainda tem outras dores de cabeça... A primeira sendo a valorização do torcedor... O que se observa são ingressos caros e o afastamento da torcida tradicional ao Maracanã, o que impacta na quantidade total de presentes e pagantes ao clube e, consequentemente, ao desempenho do Flamengo. Outra situação é o gabinete de crise com a exposição da falcatruas da dupla Landim e Dunshee em toda situação de caos, as maracutaias envolvendo o terreno do Gasômetro, além de respostas atravessadas aos casos delicados, sobretudo ao se recusar a assinar o manifesto da LIBRA em relação ao caso Luighi, do Palmeiras, por briga com o bloco.
Outro X da questão são as supostas prioridades... Isso nunca foi dito, nem mesmo em gestões fracassadas dos anos 2000 e 2010. Qualquer campeonato vale título e título tem que ser comemorado como tal, não adianta implantar essa política nos torcedores, porque ninguém vai comprar ela. Carioca é pré-temporada e tem que ser tratada como tal, mas, se ganhou é consequência de um bom trabalho. Flamengo aos poucos tem deixado pra lá a postura da sede de títulos e essa ignorância piorou de 2021 pra cá...
O Futebol

O Flamengo vem de uma sequência de atuações bem preocupantes em campo, o que coloca em cheque o futuro de Filipe Luís à frente do time profissional, mas afinal, o que está acontecendo?
Estreia com empate perante ao Internacional no Brasileirão, mesmo com atuação superior;
Dificuldade contra o Vitória, apesar de ter vencido;
Empate contra o Vasco, mesmo apresentando desempenho superior em campo;
Dificuldade contra o Deportivo Tachira na estreia da Libertadores;
Derrota vergonhosa contra o Central Córdoba em casa e empate no returno com uma atuação pra lá de preocupante;
Empate até justificável contra a LDU;
Dificuldades contra o Botafogo da Paraíba na Copa do Brasil.
É lógico que Filipe Luís por ser novo, pegará dificuldades e oscilações e vai passar por testes difíceis até a torcida queimar a sua idolatria e o tratar como inimigo, mas o que se observa é o crescimento doentio do processo de fritura, seja por defender jogadores ou achar que a base é a solução de todos os problemas, patrocinado por influencers. Além disso, também é observado o mal assessoramento do técnico, que a todo custo se recusa a responder algumas perguntas ou prega a filosofia do bom samaritano, evitando críticas aos jogadores que atrapalharam em campo. Mal se vê também uma postura de autoridade máxima ali...
Muitos sonham com uma volta de Jorge Jesus, esperando o Flamengo voltar a ser aquele time agressivo, que alguns rivais o temiam em 2019, mas será mesmo que essa volta vai ter realmente o sucesso esperado? Observando que, times como Palmeiras e Botafogo, que se inspiraram e até tentaram imitar a fórmula de sucesso do Flamengo 2019, conquistando títulos heróicos e com o futebol brasileiro em um patamar muito diferente daquele ano, Jorge Jesus conseguiria ter sucesso de novo? Do elenco dos sonhos, sobrando apenas Gerson com suas oscilações, Bruno Henrique e o escândalo das bets, Michael e seu psicológico abalado e Arrascaeta sendo a salvação de alguns jogos, será que um voo aos eixos pode acontecer? Será que Pedro, ainda melhorando da lesão e com um comportamento a nível de bomba-relógio acobertado pela mídia, resistiria a filosofia do Mister? Será que a base, posta a escanteio e em desempenho pífio, mesmo com o sub-20 sendo bicampeão da Libertadores, seria aproveitada?
Torcida

O que se vê é uma preocupação maior em ter união das organizadas e implantação de regras, do que de fato uma cobrança ao elenco todo e questionamentos justos ao trabalho do Boto. O silêncio, no caso do protocolo "torcedores, calma" da gestão BAP, chega a ser ensurdecedor... Sabemos como o preço dos ingressos tem sido, até aqui, um grande problema, já que o verdadeiro torcedor do Flamengo dificilmente pisará no Maracanã ao ver ingressos a 100 reais.
Muitas contas do twitter se aproveitam do caos para despejar suas frustações encima do elenco todo, se apavoram de times como Internacional e Palmeiras, se desesperam com qualquer empate ou derrota, mesmo que ainda dê tempo de recuperar o prejuízo como o Brasileirão e ainda escolhem quem vão idolatrar do elenco e se possível, até rasgam a admiração num sonho de ter Jorge Jesus de volta. Infelizmente o Flamengo perdeu até mesmo o respeito de sua própria nação por conta de sucessivas frustações entre 2020 e 2025.
O que precisa ser feito?
O óbvio, correr atrás do prejuízo, se passar para a segunda fase da Libertadores, é hora de levar a sério o importante campeonato da América Latina e parar de pipocar. Se cair para a Sul-Americana, tem que ganhar na marra o único título que falta na prateleira;
Se blindar ao máximo de redes sociais e ser curto e grosso nas entrevistas, jogador tem que por a cara ao tapa, chega de fugir ou ficar com "desculpa nação";
Levar a sério os treinos, aprender a finalizar e saber substituir na hora certa. Filipe precisa ter um pulso firme em seu elenco, já não é mais jogador e sim técnico de um time de futebol profissional. Se possível, tentar algum apoio e até ter assessoramento decente em entrevistas, elogios aos adversários é o que a torcida menos quer ouvir;
Ter que gastar... Se possível, tentar puxar alguma grife que jogue sério ou se trazer jogador desconhecido, trazer com bom histórico, não é o momento de apostar em "novidades";
Reformulação geral no elenco, se possível, vender ou emprestar jogador para outros times afora e até dentro do Brasil mesmo e ir atrás de novos;
Trazer a torcida de volta ao estádio, fazer promoções, sorteios, o que for, se vira BAP;
Fortalecer a base para que ela seja realmente útil se precisar no profissional. O jogo contra o Barcelona está se aproximando.
Queremos o Flamengo de volta. É vencer, vencer, vencer
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